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O Primeiro Parque Ambiental de Ananindeua

Texto de:


Victória Emi Murakami Vidigal*

A cidade de Ananindeua, segundo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem mais de 350 mil habitantes. A cidade é a mais habitada do estado do Pará, perdendo apenas para a capital, Belém. Para Eliane Bastos, a cidade é considerada uma cidade dormitório, contudo, a crescente urbanização e o aumento da população, houve a necessidade de criar espaços de lazer e turismo para o local. Eduardo Yázigi também defende que é preciso uma organização espacial para abranger todas as novas necessidades econômicas, sociais e culturais da cidade.

O Parque Antônio Danúbio Lourenço da Silva, localizado na BR-316, km 5, encontra-se em um espaço totalmente modificado e urbanizado, sua paisagem característica com arvoredo é notória no território. O Parque fora construído no governo do Helder Barbalho, quando era prefeito da cidade, e inaugurado no dia 01 de outubro de 2010 como o primeiro parque ambiental da cidade de Ananindeua, com o intuito de promover diversas atividades de lazer e pesquisa para os moradores.

No Parque encontramos diversos espaços, aquele que tem como forte característica do parque com a cidade é o bosque dos Ananins, a árvore Anani (Symphonia globulifera) foi a inspiração para o nome Ananindeua. O espaço traz atividades socioambientais, pesquisas e lazer para visitantes e estudantes. Abriga animais de pequeno porte e atividade visando à educação ambiental na sociedade de Ananindeua. O lago que se encontra no mesmo é nascente natural do Utinga, dos lagos Bolonha e Água Preta. O lugar fica aberto de segunda a sexta, das 8h às 17h, e aos finais de semana, das 8h às 12h.

Infelizmente o espaço encontra-se com poucos investimentos, a falta de acesso a certa parte da população acaba deixando o Parque no esquecimento. Segundo Pierre Nora, os espaços devem constituir memórias, sejam elas coletivas os individuais, essa construção da memória e identidade são alguns pontos importantes para a preservação do Parque, para fazê-lo em constante preservação e atuação. A LEI No. 2.154, De 08 de julho de 2005 traz essa preocupação e preservação com os espaços ambientais de Ananindeua, logo, é importante reconhecer os espaços da cidade e promover meios de interação da sociedade com o espaço através da administração e propaganda, assim como a população enxergar o Parque como um patrimônio de sua cidade e que abrange uma cultura e identidade da mesma e para todos. Para que isso ocorra, é interessante a participação mais ativa dos habitantes, de escolas e universidades e do governo, juntos, em promover, reconhecer e exaltar as atividades e preservação dentro do Parque Danúbio.

Fonte: Viveiro da Vilma, maio de 2017, por Victória Emi Murakami Vidigal.


 Fonte: Bosque dos Ananins no Parque Antônio Danúbio, maio de 2017, por Victória Emi Murakami Vidigal.
             


* Victória Murakami é graduanda em História pela Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Ananindeua. 

Referencias
BASTOS, Eliana Benassuly Bogéa. Diagnóstico do território da cidade: Ananindeua. In: A contribuição da cultura para o desenvolvimento do território: um olhar de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, Pará. Dissertação de Mestrado em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia – Núcleo de Meio Ambiente, Universidade Federal do Pará, Belém, 2013, p. 27 – 35.
BRASIL, LEI No. 2.154, De 08 de julho de 2005. Dispõe sobre a política municipal de meio ambiente no município de Ananindeua e de outras providências.
NORA, Pierre et al. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10, 1993.

Comentários

  1. Muito válido ressaltar que "é importante reconhecer os espaços da cidade e promover meios de interação da sociedade com o espaço". Nesse momento o papel das escolas do município aparece como de grande possibilidade. A Política Municipal de Educação Ambiental instaura que as propostas pedagógicas das escolas devem apresentar uma Educação Ambiental preocupada em construir nos alunos o reconhecimento e continuidade desses espaços de preservação. Porém, será que de fato isso é realizado nas escolas? Ou ainda mais preocupante: Essas Unidades de Conservação são reconhecidas nos projetos pedagógicos das instituições de ensino do município?(Fundamental, Médio e Superior)

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